desperto

Corria pelo simples e puro prazer de correr. Sentia o vento bater em seu rosto fazendo revoarem seus cabelos longos, leves e alourados. Provava do gosto da liberdade e do sabor de descobrir o que seu corpo poderia fazer. O menininho corria sem olhar para trás, sem notar o mundo ao seu redor, sem, quase sem notar nem mesmo o rumo que seguia, sem perceber os olhares emocionados que pela vizinhança toda surgiam pelas janelas e portas em todas as direções. Sem perceber que lá atrás no início da rua e em frente a uma modesta, mas bonita casa de telhado azul uma lágrima silenciosa escorria pelo rosto de um homem alto e louro que abraçava uma mulher aos prantos. Lágrimas, todavia, tão diferentes daquelas que até semanas atrás eram derramadas diariamente naquele corredor de hospital.

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